DESCODIFICANDO O CÓDIGO DE DEUS PARA REVELAR MENSAGENS
DIVINAS ESCONDIDAS NA BÍBLIA
Uma das personalidades que não só endossa a obra, e a empenhada e laboriosa pesquisa do autor, como contribuiu para que este visse os seus estudos confirmados, foi nada mais nada menos que Eugene Ulrich. O editor-chefe da Biblical Dead Sea Scrolls (Manuscritos do Mar Morto) é uma das três individualidades com completa autoridade sobre o assunto.
ULRICH, QUE DEDICOU a sua vida às Escrituras Hebraicas, os manuscritos e a Septuaginta, não só confirmou a autenticidade das fontes usadas por Timothy Smith, nomeadamente aquelas no texto Massorético (de tradição, em hebraico), baseadas no Codex Leningradensis (Códice de São Petersburgo) – o mais antigo manuscrito completo da Bíblia Hebraica – assim como o Codex de Aleppo, embora sem a maior parte do Pentateuco.
Os Massoretas notaram discrepâncias entre o Hebraico e o Aramaico, criando uma matriz codificada, cuidando que cada verso, palavra e letra eram meticulosamente calculados, conferindo uma rigorosa consistência ao texto Massorético. É, hoje, universalmente aceite como a autêntica Bíblia Hebraica, tendo sido elaborado em escolas Talmúdicas, entre os Sécs. VI e X, com o intuito de transmitir a genuína mensagem de Deus às gerações vindouras.
Ao longo do livro, Smith descreve-nos extensivamente, por vezes minuciosamente, a generalidade dos seus passos tendo em vista a interpretação de textos bíblicos ancestrais, em particular os versículos de Génesis 30:20-23, o que quanto à sua autenticidade é assegurado, não só por Ulrich, como por outros estudiosos e catedráticos que nalguns casos ter-se-ão visto largamente ultrapassados pela investigação deste autodidata.
Pela forma tão exaustiva e rebuscada com que Smith descreve encontros com “partes interessadas”, parece querer usar o livro para declarar também a sua propriedade absoluta sobre os factos relatados, e que sem dúvida merecem que lhe seja conferido e direito à “glória” pelas suas descobertas – descodificações, códigos ocultos na Bíblia, matrizes e sequências enigmáticas.
O autor reconta como dedicou os últimos 15 anos desvendando aquilo que supõe – e consubstancia – ser um complexo sistema de comunicação, dissimulado no antigo Texto das Escrituras, e cuja investigação e pesquisa desenvolvidos possam significar a descodificação de um “Código de Deus”, que revela mensagens divinas escondidas na Bíblia.
É realmente surpreendente a coincidência dos factos descritos por Smith, e a casualidade específica relacionada com ele próprio e a sua genealogia, que serviu de ponto de partida para esta “odisseia” de uma vida.
A partir da sua tendência natural para examinar espólios e património de antiquário, este descendente de construtores de alguns dos mais emblemáticos edifícios de Washington, como o Capitólio, foi levado por um somatório de experiências particulares e avulsas a depreender que estava perante um intrincado “puzzle”, com um poder “acima” que o guiava na consecutiva obtenção de novas pistas para completar o complexo enredo repleto de matrizes, strings e funções matemáticas, o que não era seguramente a sua especialidade.
Para percecionar que haveria muito mais para lá daquele versículo, em Génesis 30, relacionado com a sua família – agora que já era pai de seis rapazes e uma rapariga (a sétima), tal como tinha ocorrido com o seu pai, e está retratado nessa passagem bíblica – Timothy Smith valeu-se de experiências junto das comunidades índias, bem como conversas que foi conseguindo com estudiosos e cientistas sobre o assunto: desvendar a existência de uma sequência descodificável no texto bíblico, que nos possa levar a encontrar um conjunto de mensagens que Deus tenha preparado para o seu povo, num tempo determinado, que pode ter chegado com os resultados obtidos por Smith.
E no entanto, ele argumenta tratar-se apenas da ponta do icebergue.
PAULO SÉRGIO GOMES