ESPIRITUALIDADE

NA PRIMEIRA PESSOA
<body> <table border="0" width="180" cellspacing="0" cellpadding="0"> <tr> <td width="180" align="left" colspan="2" valign="bottom"> <p style="margin-top: 0; margin-bottom: 0px"><font face="Montserrat" size="1">TÍTULO</font></td> </tr> <tr> <td width="180" align="left" colspan="2" valign="top"> <p style="margin-top: -2px; margin-bottom: 2px"><b> <font face="Montserrat" size="2">ST. TERESA OF ÁVILA</font></b></td> </tr> <tr> <td width="180" align="left" colspan="2"> <font face="Montserrat" size="1">AUTOR</font></td> </tr> <tr> <td width="180" align="left" colspan="2"> <p style="margin-top: -2px; margin-bottom: 2px"><b> <font face="Montserrat" size="2">TERESA D'ÁVILA</font></b></td> </tr> </table> </body>

Para Teresa, que adotou o sobrenome de Jesus, a escrita, bem como a leitura e a cultura, sempre fizeram parte da sua instrução, por influência dos pais, daí ter-se dedicado à importante tarefa de escrever. As suas obras, O Castelo Interior e O Caminho da Perfeição, são hoje reconhecidas como fundamentais entre os clássicos medievais.

NUMA COMPILAÇÃO de correspondência pessoal, maioritariamente dirigida a diferentes destinatários, torna-se difícil manter uma leitura coerente, tal a dispersão de assuntos e temas. Este livro não foge à regra, mas quem não conhece Teresa d’Ávila pode contemplar a sua dependência do Senhor para vencer os obstáculos que se lhe deparavam. Esse aspeto está bem patente ao longo da obra.
Dividido em capítulos correspondentes às décadas etárias da autora em que foram escritas, nota-se uma acentuada fragilidade física de Teresa, que levou a que muitas vezes recorresse a ajuda para lhe escreverem as cartas.

Entre os documentos transcritos encontram-se missivas para o Rei Filipe II, intercedendo pelo Frei João da Cruz (com quem fundou a Ordem dos Carmelitas Descalços) a contas com a Inquisição, o autor dominicano Padre Luís de Granada, ou D. Teotónio de Bragança, Arcebispo de Évora, ao qual manifesta muita preocupação pelo eventual conflito militar entre Espanha e Portugal. Chega mesmo a afirmar que “preferia morrer a ver guerra”.
Embora em momento algum da leitura das cartas se pressinta o seu receio em escrever, é notório o seu cuidado em não dar pretexto aos inquisidores para a atacarem. Teresa, que chegou a ser acusada de ser “alumbrada” (movimento herético surgido em Espanha no séc. XVI), viu-se obrigada a usar uma escrita “camuflada” para passar o crivo da Inquisição, pois sabia estar sob constante monitorização dos inspetores religiosos, os quais filtravam a sua correspondência e procuravam apreender os seus manuscritos literários.
O legado literário de Teresa de Jesus (ou de Ávila, cidade espanhola onde iniciou o ministério dos Carmelitas Descalços) confunde-se no terror da convivência com a censura da Inquisição. Era um tempo onde as perseguições e as sentenças sem defensores imparciais podiam atingir qualquer pessoa, mesmo fiéis da religião católica. Apesar de integrada na igreja de Roma, Teresa não se livrou da continuada incriminação por práticas espirituais incomuns à época, embora apenas se dedicasse a uma vida contemplativa, mas que transcendia os padrões da igreja e criava desconfiança pelo misticismo que a envolvia.
Empreendedora, estabeleceu uma notável rede de conventos, albergando noviças de famílias nobres atraídas pela causa da clausura, dedicando a vida à oração em intimidade com Deus. Para tal, a freira carmelita sempre dependeu de Deus para suprir todas as necessidades financeiras.
Não sendo um livro imprescindível, acaba por ser um pequeno tesouro, pois dá-nos a conhecer, pelo seu próprio punho, uma figura reformadora, catalisadora de um movimento percursor de transformações significativas na história da igreja católica, nomeadamente no que concerne à oposição à Inquisição.


ST. TERESA OF AVILA, DE TERESA D’ÁVILA. PUBLICADO POR AVE MARIA PRESS, NOTRE DAME, IN – EUA