A EXPERIÊNCIA DE LER
Um dia destes encontrei um pequeno livro de C. S. Lewis numa prateleira esquecida da histórica livraria da Porto Editora. Comprei-o logo. Em “A experiência de ler” Lewis discorre, com o brilhantismo que o caracteriza, do intrincado processo de escrita/leitura de um livro. Haverá realmente boa literatura? O que distingue um bom livro de um mau livro? É a capa? A história? A popularidade? O final?
Numa edição simples Lewis defende que o gosto pela leitura é, para os verdadeiros amantes de literatura, um fim em si mesmo e não um meio para qualquer outra coisa. A experiência de ler, com tudo o que isso abarca e envolve é o objectivo.
“A boa escrita incomoda sempre o leitor iliterato”, diz Lewis. Mais importante que ler é saber ler-se. Quem chegou até aqui por
causa do título deste post desengane-se. Não existem mil razões para ler livros precisamente porque os livros estimulam muito
mais que mil neurónios por cada frase. Alguns dizem que o digital vai acabar por matar os livros no formato papel. Parece-me que os livros só acabam para quem nunca os lê. E isso, nota-se nos neurónios e em muitas outras coisas.
“O homem que se contenta com ser apenas ele próprio, e por conseguinte em ser menos vive numa prisão. Para mim, os meus
olhos não são suficientes, quero ver através dos olhos de outras pessoas. A realidade, ainda que vista através dos olhos de muitos não é suficiente.” C. S. Lewis.
Sim, há livros que são mais que palavras. Há palavras que são vida.