(…) ficaria imensamente feliz se esta série despertasse entre o público português o desejo por consumir esse tipo de literatura (…)
Teólogo, jornalista, escritor e editor da Editora Mundo Cristão, Maurício Zágari, embora jovem, é já um premiado autor brasileiro. Foi a primeira edição de O enigma da Bíblia de Gutenberg, em 2009, que lhe granjeou a obtenção do Prémio Areté, nas categorias de “Autor Revelação” e “Melhor Livro da Ficção”. De ascendência italiana, vive no Rio de Janeiro, é casado com Alessandra e pai de Laura. É um privilégio para a Biblion apresentar a sua partilha de ideias sobre este livro e o seu carinho pela ficção cristã.
BIBLION: Em breve, será lançada uma nova edição do livro “O enigma da Bíblia de Gutenberg”, que é já promovido como eletrizante. O que podem os jovens leitores esperar?
MAURÍCIO ZÁGARI: Um livro de ação, aventura, investigação e muita adrenalina, repleto de ensinamentos para a vida cristã e que estimula reflexões importantes para quem está na jornada com Cristo.
B: Trata-se do primeiro título de uma série, “Aventuras de Daniel”. Quantos livros estão para já previstos e que perspetivas tem para o futuro?
MZ: Existem quatro livros escritos e já em processo de produção: “O enigma da Bíblia de Gutenberg”, “7 enigmas e um tesouro” (que será lançado em fevereiro de 2018), “O mistério de Cruz das Almas” e “O Ritual”. Se a série for bem aceita pelos leitores, só Deus sabe a quantos títulos podemos chegar. Meu objetivo é escrever novas histórias enquanto houver receptividade dos leitores, sem limite de número.
B: Com uma extensa lista de obras, em temas tão diversificados, o que lhe serviu de inspiração para esta série juvenil, e para este enredo em particular?
MZ: A percepção de que os adolescentes e jovens cristãos não dispõem de literatura de ficção que tenha ensinamentos saudáveis e bíblicos. O mercado editorial oferece uma infinidade de títulos de ficção, mas, em geral, tais livros defendem valores e princípios questionáveis e até perigosos (como a série Harry Potter, que faz parecer que a bruxaria é algo bom). E nossos adolescentes e jovens estão lendo esses livros! Temos de proporcionar-lhes literatura de qualidade, que divirta e entretenha enquanto transmite ensinamentos e valores cristãos.
Eu me vejo como um escritor-garçom: analiso as necessidades da igreja e procuro servir-lhe aquilo de que precisa. Não escrevo por escrever, mas sempre com um foco muito claro e com a intenção de suprir necessidades que percebo entre meus irmãos e irmãs. Mais do que inspiração, o que me leva a escrever um livro é sempre a percepção de uma necessidade e o desejo de suprir as lacunas percebidas.
B: O Maurício já passou pela idade do personagem principal, Daniel. Tem uma filha que irá ler. Terá sido desafiado. O que significou para si escrever este livro?
MZ: Como todos os livros que escrevo, dediquei-me a “O enigma da Bíblia de Gutenberg” com muito temor e tremor, entendendo que não estava apenas pondo palavras em papel ou dando asas à minha imaginação, mas criando uma história que tem o potencial de tocar vidas, mudar atitudes, proporcionar reflexões e aproximar muitas pessoas de Cristo. Eu me dedico a livros de géneros diferentes, mas sempre com o mesmo triplo objetivo: a glória de Deus, a edificação de meus irmãos e irmãs em Cristo e a possibilidade de levar o evangelho a leitores que não têm compromisso com Jesus. É uma enorme responsabilidade.
B: Acreditamos, na Biblion, que esta pode ser uma referência na literatura juvenil, e auguramos uma boa recetividade no mercado português. Que expetativas tem para este livro, e a série, junto dos jovens, em Portugal?
MZ: De toda a produção do mercado editorial cristão nos Estados Unidos, 17% são livros de ficção. No entanto, no Brasil, esse índice não chega a 1% e acredito que em Portugal também seja assim. Meu desejo e minha oração é que os livros da série “Aventuras de Daniel” sirvam como um marco que mostre às editoras cristãs que existe, sim, mercado para a ficção cristã e que tudo o que é preciso para alavancar esse género são bons títulos, que sejam bem divulgados e bem distribuídos.
Eu ficaria imensamente feliz se esta série despertasse entre o público português o desejo por consumir esse tipo de literatura, e que levasse mais autores a escrever obras de qualidade e incentivasse as editoras a publicar esse género literário por saber que, sim, há um enorme mercado potencial – desde que se invista em divulgação e distribuição.