TUDO PARA A GLÓRIA DE DEUS
Ciente de que a adoração, tema nevrálgico na vida das comunidades cristãs, e particularmente na comunhão diária dos crentes, tem sido profusamente comentado, embora com certa superficialidade, o Prof. Dr. Manuel Alexandre Júnior examina pormenorizada e sabiamente as suas múltiplas vertentes, como glorificação celestial, extravasando, em muito, a simples dinâmica da sua aplicação no ato de cultuar a Deus.
Quando se toma uma verdadeira consciência da essência da adoração, como elemento preponderante da partilha quotidiana da gratidão perante o Pai, e a Sua imensa magnitude, podemos compreender o quão importante é, como ato de louvor, como testemunho, ou na oração.
O Professor Manuel Alexandre desenvolve o assunto, alicerçando-se no fundamento das escrituras para que o leitor aqui encontre um referencial de estudo, servindo os propósitos individuais, bom como de congregações que ambicionem transcender-se, contrapondo a uma crescente insensibilidade espiritual, risco a que dedica um alerta especial logo no primeiro capítulo do livro. O autor, não só subscreve as palavras de A.W. Tozer, quando refere que “a adoração é a joia perdida do culto evangélico”, indo mais além ao sustentar que o seja “na vida do crente e da igreja”.
Sublinha ainda o reconhecido teólogo e biblista, que toda a adoração é devida à glória revelada por Deus em Cristo Jesus, e mesmo quando, no Templo de Salomão, o povo não O honrou devidamente, a Sua bondade e misericórdia se mantiveram fiéis ao enviar o Seu Filho.
Instigador da nossa capacidade de reflexão, ensina-nos de que o que adoramos nos molda a personalidade, e assim refletimos os valores do que seguimos, quer seja o carácter de Deus ou um qualquer ídolo mundano. Do mesmo modo, desafia-nos a celebrar e experimentar a grandiosidade de Deus através da adoração, e porque esse ato está dependente do arrependimento e confissão de pecados.
Insurge-se contra a banalização da adoração, negando “o verdadeiro sentido e propósito da fé cristã. Essa confusão entre cristianismo e cristandade tem sido trazida para as igrejas dos nossos dias”. Sustenta que atingir a plenitude da vida cristã requer a prática consistente da adoração, seja através da proclamação da Palavra, e a consequente educação cristã; seja pela celebração das ordenanças; a comunhão familiar e solidária; o trabalho, o lazer ou a oração; e naturalmente, pela música e o seu valor na adoração contemporânea. Concluindo que a “adoração deve ser a exteriorização natural e espontânea de uma mente […] e de um carácter verdadeiramente sãos”.
Imprescindível, para todos quantos querem fazer da adoração um pilar das suas vidas em Cristo.