A HISTÓRIA DE DIETRICH BONHOEFFER
Michael VAN DYCK
Estamos a 5 de Abril de 1943, durante a II Guerra Mundial, e Bonhoeffer, com apenas 37 anos, sabia que, às mãos da Gestapo, a sua vida estava por um fio. Nos últimos seis meses, Dietrich Bonhoeffer esteve envolvido em duas tentativas para aniquilar o líder do seu país – um louco chamado Adolf Hitler. Ambas falharam.
Nem o seu pai, Dr. Karl Bonhoeffer, respeitadíssimo psiquiatra por toda a Alemanha, e até mesmo pelo Terceiro Reich, lhe podia valer. Foi detido naquela mesma noite e levado para a prisão de Tegel por agentes das SS.
Embora muitos o considerem alguém que se dedicou inteiramente, e de forma perseverante, a permitir uma transformação interior à semelhança de Cristo, Dietrich Bonhoeffer achava-se modestamente, um homem simples. Tal como Jesus tomou para Si a culpa e o pecado da Humanidade, Bonhoeffer acreditava estar assumindo o mesmo papel ao se envolver na conspiração contra Hitler.
Bonhoeffer não ambicionava tornar-se mártir, seguramente. Era um apaixonado pela leitura, um talentoso músico e uma das mais brilhantes mentes do séc. XX. Apesar de uma existência dedicada ao estudo da Bíblia, questionava-se e questionava o propósito de Deus para a sua vida.
O seu legado é um exemplo para os que se identificam como cristãos, mesmo distantes de serem seus discípulos, mas ele demonstra como se pode desenvolver a fé, apesar das circunstâncias, e a ser discípulo perante qualquer situação ou dilema. No entanto, só é possível atingir esse desiderato se o discípulo assumir o custo e, se necessário, pagá-lo na íntegra.
E Bonhoeffer, a caminho da execução, pelos nazis, a duas semanas do fim do conflito mundial, expressava, confiante: “É o fim – para mim, o início”.